sábado, 3 de maio de 2008

O Café como filosofia

“Quando um napolitano é feliz por alguma razão, no lugar de pagar um só café, aquele que ele beberia, paga dois, um para si e um para o cliente que chegaria depois. É como oferecer um café para o resto do mundo...”
O café sospeso é uma usança partenopea (região de Nápoles), mas também uma filosofia de vida.
No começo do século XX, em Nápoles tinha um costume consolidado principalmente no povo. Quem iria no bar para um café pagava dois ao caixa e falava: «Um sospeso!».
O “sospeso” era para quem não tinha dinheiro. Assim, antes da noite, alguém, com pouca sorte na vida, chegava e pedia: «Tem um sospeso para mim?» aproximando-se do balcão. Caso chegasse atrasado e o sospeso tinha encontrado outro «cliente» para este providenciaria o proprietário do bar... mas não o faria entender. Um costume todo napolitano que seria profundamente errado confundir com esmola. Era, ao contrario, um ato de dividir os problemas, comunicação e compreensão. Quem tem demais não esquece quem tem de menos. Não importa saber a quem vem oferecido. Sim, porque tinha também um outro tipo de «café sospeso» aquele de cortesia. «Um sospeso para o advogado!» ou «Este sospeso e para o brigadeiro...». Até os anos ’70 era um dos muitos ícones de Nápoles que não se encontra em nenhum lugar do mundo. Pelos menos até ontem.