quinta-feira, 7 de junho de 2007

Revista COMUNITÁ ITALIANA - Café chique

COMUNITÁ ITALIANA
a maior mídia da comunidade ítalo-brasileira

Café chique

Por Fábio Lino dos Santos

A bebida típica brasileira ganha toque especial nas mãos de italiano

Brasília – Aquele cafezinho depois do almoço cai muito bem. Principalmente para os italianos que gostam sempre de algo“digestivo” após as refeições. De manhã então nem se fala... Sempre quentinho, a bebida faz parte do cotidiano brasileiro desde o início do século passado, quando o produto ganhou espaço na economia nacional e lugar especial no paladar do brasileiro. Os italianos estão intimamente ligados à história da cafeicultura no Brasil, uma vez que milhares deles vieram para o país vislumbrando a riqueza nos cafezais do interior paulista e fluminense. Muitos não ficaram ricos, mas deixaram descendentes que aprimoraram a cultura do café em terras brasileiras. – O meu avô Domenico Monardo veio plantar café e hoje invisto e vendo o produto — conta o italiano de Reggio Calabria, Antonello Monardo, de 46 anos. Ele apostou na comercialização do café especial, emprestou seu nome à sua empresa de distribuição e ganhou os restaurantes da capital federal. Segundo ele, antigamente, em Brasília, os estabelecimentos serviam um café ruim e de graça. Diferente da Itália, onde, de acordo com ele, os alegres bate-papos são regados à bebida em diversas receitas. – Perdia o cliente e o dono do estabelecimento — destaca. Vender apenas não é a solução. Monardo assinou uma parceria com a Accademia Italiana Maestri Del Caffè (Aicaf), uma escola com sede na província de Brescia na Itália. O objetivo é qualificar e promover a figura do Mestre do Café e do estabelecimento, melhorar a imagem e o prestígio do barista. Além disso, para capacitar os funcionários dos restaurantes, Monardo promove um curso de barista no Centro Universitário Unieuro. - O Brasil produz o melhor produto do mundo — resume. Para esta bebida de cor preta e amarga, há inúmeras receitas e uma delas é misturá-la com chocolate, como se faz em Turim, no norte da Itália. Lá, explica Monardo, em frente ao santuário da Consolata, o Caffè Bicerin [do século 19] serve o “bicerim”. Para os moradores de Turim, essa bebida tem a mesma importância que o vinho para os franceses. A receita do bicerin torinese, feito com chocolate, café e creme de leite e servido em copinho de vidro, data de 1763. Outra maneira de se beber o café é gelado. Batizada de “Granita de Café”, essa receita é uma sobremesa que, segundo Monardo, é mais consumida no Sul da Itália [Sicília e Calábria] especialmente no verão, como café-damanhã. É servida com panna montata [creme chantilly] e acompanhada geralmente de brioche.
Bicerin Torinese
Ingredientes: 250 ml de leite; 20g de chocolate amargo; 50 g de açúcar; 2 xícarasde café; 2 colheres (sopa) de chantilly.
Modo de preparar:Coloque em uma panela o chocolate amargo, junte vagarosamente o leite e o açúcar mexendo com cuidado no fogo brando até obter um chocolate bastante denso e homogêneo. Coloque o chocolate em um copo de vidro formando a primeira camada. Junte o café expresso ou um café bem encorpado e finalize com o chantilly, tendo o cuidado de formar três camadas.
Rendimento: 2 porções
Tempo de preparo: 30 minutos
Granita di Caffé con panna
Ingredientes:1/2 litro de água; 6 xícaras de café expresso ou 250ml de café encorpado; 150g de açúcar; 1 xícara de creme de leite fresco.
Modo de fazer:Em uma panela, dissolva o açúcar na água em fogo brando. Junte o café, mexa e deixe esfriar. Coloque o produto em um recipiente com bordas baixas e leve-o ao freezer. Depois de duas horas, mexa com um garfo ou colher de pau. Repita a operação algumas vezes a fim de obter uma consistência granulosa. Bata o cremede leite fresco com um pouco de açúcar, à mão ou na batedeira, até virar chantilly. Sirva em taça de vidro, colocando o chantilly em um lado da taça. Complete com a granita e finalize com o chantilly.
Rendimento: 6 a 8 porções
Tempo de preparo: 4 horas